da Folha Online
A Secretaria Municipal da Saúde de Uruguaiana (RS) confirmou na manhã desta quinta-feira a terceira morte por gripe suína no Estado --a quinta no país. A vítima é o caminhoneiro Dirlei Pereira, 35.
Segundo o secretário da Saúde da cidade, Luiz Augusto Schneider, o caminhoneiro esteve na Argentina e ingressou na cidade de Porto Xavier (RS) no dia 29 de junho. Como já apresentava sintomas de gripe, foi retido pelo órgão de vigilância sanitária.
Ele foi internado dia 1º na cidade de Santa Rosa, mas recebeu alta no dia 4. Com isso, seguiu para sua cidade natal, Itaqui, onde novamente procurou o serviço de saúde e foi encaminhado para a Santa Casa de Uruguaiana, referência para o tratamento da doença.
O exame que atestou a gripe suína foi divulgado no último dia 8 pela Fiocruz, do Rio. O caminhoneiro morreu por volta das 3h desta quinta. De acordo com o secretário, o paciente era hipertenso.
Schneider afirma que a Uruguaiana tem um caso confirmado da doença --uma comerciante que esteve em Buenos Aires (Argentina) e já recebeu alta. Outros 21 casos são considerados suspeitos e aguardam resultados de exames. Nenhum dos pacientes está internado em estado grave.
Outras quatro mortes ocorridas nos últimos dias no Estado --três em Passo Fundo e uma em Santa Maria-- são investigadas. Todas as vítimas contraíram pneumonia. Autoridades de saúde, no entanto, aguardam o resultado dos exames que devem apontar se elas foram vítimas da doença --a gripe A (H1N1).
Balanço
O Ministério da Saúde confirmou na quarta-feira (15) mais 148 novos casos de gripe suína no Brasil, elevando para 1.175 o número de pessoas infectadas pelo vírus no país desde 8 de maio. Até a semana passada, quando foi divulgado o último balanço da gripe, o país tinha 1.027 pessoas contaminadas.
O Estado de São Paulo concentra a maioria dos casos (512), seguido do Rio Grande do Sul (135) e Rio de Janeiro (128).
O governo informou ainda que acompanha 3.926 casos suspeitos no país. As amostras com secreções respiratórias dos pacientes estão em análise laboratorial. Outros 1.837 casos foram descartados.
Mortes
O país tem outras quatro mortes confirmadas em consequência da gripe suína --duas em São Paulo e duas no Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul, a primeira morte confirmada foi do caminhoneiro Vanderlei Vial. A outra vítima é um menino de nove anos, morador de Sapucaia do Sul (RS), que morreu no último dia 5. O caso foi informado pela Secretaria da Saúde do Estado na última segunda-feira (13).
Em São Paulo, uma menina de 11 anos, moradora de Osasco (região metropolitana), morreu no último dia 30 de junho. Os pais, o irmão, a avó e três primos da garota também contraíram a doença.
A outra morte confirmada no Estado é de um homem de 28 anos, que morreu no último dia 10 no Hospital de Clínicas de Botucatu (238 km de São Paulo). Ele começou a apresentar os sintomas --febre, dor de cabeça, náusea, vômito, tosse e congestão nasal-- no dia 1 de julho.
Sintomas
A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório.
Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).