WILLAME SOUSA - Folha de Boa Vista
Desde o começo do ano até a semana passada foram notificados 3.150 casos de dengue em Boa Vista. Deste número, cerca de 600 tiveram a confirmação da doença. A união entre governo do estado, município e Exército Brasileiro no combate à proliferação do mosquito evitou que este quantitativo fosse maior. Entretanto, a capital continua em situação de médio risco de transmissão. O ideal seria estar em baixo risco.
Porém, apesar de o estado ainda ser preocupante quanto ao aumento de casos da enfermidade, segundo o superintendente de Vigilância em Saúde do município, Ipojucan Carneiro, Boa Vista não esteve este ano em situação de alto risco. "Há a possibilidade de aumentar o risco de transmissão, se a gente se descuidar", acrescentou.
O superintendente informou que a população precisa ficar atenta e participar mais do combate à doença para que não tenhamos uma epidemia de dengue na cidade. Grande parte dos recipientes que podem acumular água e servir de criadouro para o Aedes aegypti está nas residências.
"A gente chama a atenção da população para que se envolva mais e tome para si o controle da proliferação do mosquito. Se a população tivesse mais interesse em conter o avanço da dengue, teríamos menos casos da doença hoje", disse.
Para tentar sensibilizar os boa-vistenses do problema, agentes de endemias, desde que a união entre Federação, estado e município começou, no início do ano, visitaram todos os bairros da capital.
Hoje, os trabalhos estão em fase de intensificação nos núcleos populacionais onde a incidência de casos confirmados e notificados é maior.
As visitas estão ocorrendo novamente nos bairros Alvorada, Equatorial, Buritis, Senador Hélio Campos, Nova Cidade, dentre outros. "O número de transmissão da doença ainda está alto, pois temos condições ambientais muito mais favoráveis ao mosquito, que são o alto índice de chuvas e o forte calor.
A tendência é que no próximo mês isto comece a baixar", afirmou.
Por outro lado, a população também cobra ações mais intensas da administração pública para conter o avanço da doença. A utilização de forma regular de produtos químicos para matar os insetos é uma delas. Moradores dos arredores do parque Germano Sampaio, no bairro Pintolândia, reclamam que a lagoa daquele espaço de lazer contribui para a proliferação do mosquito.
Uma moradora da rua N-8, que não quis ser identificada, explicou que já foi feito abaixo-assinado pedindo a retirada da lagoa, há quatro anos, algo não atendido, em virtude da legislação ambiental. "O incômodo é muito grande por causa do mosquito. A gente não consegue ficar sossegada em casa por causa dos mosquitos. Sentar nos bancos do parque também não dá", afirmou, cobrando que haja uma ação continuada na região para matar os mosquitos.
SINTOMAS DA DENGUE
Conforme o site do Ministério da Saúde, existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois, além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e consequências como a morte. (W.S.)
Medidas para eliminar locais de reprodução do mosquito
Tampar os grandes depósitos de água: A boa vedação de tampas em recipientes como caixas d'água, tanques, tinas, poços e fossas impedirão que os mosquitos depositem seus ovos. Esses locais, se não forem bem vedados, permitirão a fácil entrada e saída de mosquitos.
Remover o lixo: O acúmulo de lixo e de detritos em volta das casas pode servir como excelente meio de coleta de água de chuva. Portanto, as pessoas devem evitar tal ocorrência e solicitar sua remoção pelo serviço de limpeza pública ou enterrá-los no chão ou queimá-los, onde isto for permitido.
Fazer controle químico: Existem larvicidas seguros e fáceis de usar, que podem ser colocados nos recipientes de água para matar as larvas em desenvolvimento - este método para controle doméstico da dengue em cidades grandes tem sido usado com sucesso por várias secretarias municipais de Saúde e é realizado pelos agentes de controle da dengue.
Limpar os recipientes de água: Não basta apenas trocar a água do vaso de planta ou usar um produto para esterilizar a água, como a água sanitária. É preciso lavar as laterais e as bordas do recipiente com bucha, pois nesses locais os ovos eclodem e se transformam em larvas.