O Globo
Agências internacionais
PORTO PRÍNCIPE - PORTO PRÍNCIPE - O presidente do Haiti, René Préval, confirmou nesta sexta-feira que o país está sob uma de cólera que já matou ao menos 138 pessoas e contaminou mais de 1.500 em 48 horas. Préval anunciou que o governo está tomando medidas para tentar conter a epidemia da doença, que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é a primeira no país em um século. Hospitais estão lotados em regiões no centro e no norte do Haiti, que ainda luta para se recuperar da devastação provocada pelo terremoto de 12 de janeiro . Esta é a primeira grave crise sanitária desde a tragédia.
- Posso confirmar que é cólera - disse o presidente após esperar por resultados de testes laboratoriais que identificaram a causa de um surto de diarréia no país. - Agora, estamos assegurando que a população está informada sobre as medidas de precaução que devem tomar para prevenir contra a contaminação.
Os doentes sofrem de diarreia intensa. As vítimas morrem por uma rápida desidratação, em alguns casos em horas, segundo funcionários haitianos.
Equipes médicas que integram as forças internacionais que têm ajudado o Haiti desde o desastre de 12 de janeiro se mobilizaram na área mais afetada pelo surto, ao redor da cidade de Saint-Marc, na região agrícola central haitiana, que recebeu muitos dos sobreviventes do terremoto.
Antes da confirmação, o diretor geral do Departamento de Saúde haitiano, Gabriel Thimote, e o ministro da Saúde, Alex Larsen, já haviam declarado que análises iniciais indicaram cólera, apesar do Haiti não ter antecedentes de surtos recentes da doença.
- Das 15 amostras analisadas, 13 nos levam a crer que é cólera - declarou Thimote.
A cólera é uma doença grave transmitida pela água e alimentos contaminados que causa diarreia e desidratação severa, e pode matar em questão de horas se não for tratada.