Deslizamentos causam oito mortes em Sapucaia (RJ); buscas continuam

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Do UOL, no Rio de Janeiro e São Paulo

O número de mortes na cidade de Sapucaia, na região central do Rio de Janeiro, já chega a oito em razão dos acidentes provocados nesta segunda-feira (9) pelas chuvas que castigam o interior do Estado. A informação foi confirmada pelo prefeito Anderson Zanon durante entrevista à rádio BandNews. Sete corpos foram encontrados em um deslizamento que soterrou ao menos dez casas no distrito de Jamapará -- destas, três são crianças --, e um homem morreu no desabamento de uma casa, em outra localidade.

Cerca de 30 bombeiros dos destacamentos de Carmo, Teresópolis, Três Rios e Itaipava foram deslocados para Jamapará, onde ocorreu um deslizamento durante a madrugada de hoje. A prefeitura afirma que ao menos 18 pessoas podem ter sido soterradas e os trabalhos de resgate continuam no local. O deslizamento aconteceu perto do km 108 da BR-393.

"Fomos abatidos por uma avalanche de lama que atingiu cerca de oito a dez casas em Jamapará, que fica no quarto distrito. O trabalho é dificultado pelas chuvas, que ainda são fortes, e a chegada até lá é difícil devido as interdições na rodovia”, disse mais cedo o secretário municipal de comunicação de Sapucaia, Sérgio Murilo de Souza.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), determinou que os secretários de Defesa Civil, Sérgio Simões, e de Saúde, Sérgio Côrtes, desloquem-se com suas equipes para a cidade. Cães farejadores também foram enviados ao local para reforçar o trabalho de buscas. Os corpos estão sendo levados para o IML (Instituto Médico Legal) de Três Rios, município vizinho.

O secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, disse que o Corpo de Bombeiros está montando uma estrutura para permanecer na localidade durante a noite e a madrugada trabalhando na procura de corpos que ainda estejam soterrados. Segundo o coronel Simões, serão trazidos para o local material de iluminação e reforço de homens com uma retroescavadeira para localizar os corpos.

O secretário disse que “este é um cenário de muita dor e muito sofrimento para as famílias e trabalharemos sem interrupção até que todos os corpos sejam resgatados”.


Em entrevista coletiva após a reunião de ministros com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, afirmou que a presidente lamentava o novo acidente. "Eu queria expressar o sentimento de pesar e solidariedade da presidenta Dilma em função das notícias que acabam de chegar sobre o deslizamento em áreas de Sapucaia, ao norte do Estado do Rio de Janeiro", afirmou.

De acordo com o último balanço, até a noite de ontem, 10.759 pessoas estavam desalojadas e 3.980 desabrigadas em todo o Estado do Rio de Janeiro por conta das chuvas. As regiões norte e nordeste são as mais castigadas. Itaperuna, Italva e Laje do Muriaé foram os municípios que apresentaram o maior índice de chuvas -- um acumulado de 100mm em 24 horas.

Além das mortes em Sapucaia, em todo o Estado foram registradas mais duas mortes, uma em Miguel Pereira e uma em Laje de Muriaé.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil no norte e noroeste do Rio, coronel Douglas Paulich, apesar do céu encoberto, não chove na região. Segundo ele, o município de Itaperuna é o que mais preocupa as autoridades neste momento devido às ocorrências de deslizamentos de terra. Nos últimos três dias foram registrados mais de 30. “Houve muitos escorregamentos, muitas enxurradas, o terreno está muito encharcado e a região, muito vulnerável”, afirmou.

O coronel Paulich acrescentou que, se não voltar a chover nos próximos dias e o nível dos rios baixar, voltando às calhas naturais, a Defesa Civil vai iniciar a fase de avaliação dos estragos. O levantamento deverá ser enviado ao governo federal para solicitar recursos para a reconstrução das cidades.

Deslizamento destrói casas em Sumidouro

Um deslizamento de terra destruiu na madrugada desta segunda-feira (9) duas casas situadas em Venda da Ponte, em Sumidouro, na região serrana do Rio de Janeiro. Nada sobrou dos imóveis, porém a maioria dos moradores conseguiu sair a tempo -- cerca de 15 pessoas estavam no local.

As informações foram confirmadas pelo coordenador da Defesa Civil do município, tenente-coronel Aluísio Alves da Silva.


Apenas uma idosa que dormia em uma das casas foi atingida por uma pequena parte da barreira que despencou em função dos temporais que castigam o interior do Estado. Ela sofreu escoriações leves e passa bem depois de receber atendimento de emergência.


Outros dois imóveis que ficam próximos ao local do acidente foram interditados pela Defesa Civil de Sumidouro. Como ainda chove forte no município, a possibilidade de novos deslizamentos não está descartada.


No ano passado, a tragédia das enchentes na região serrana do Rio -- que provocou um total de mais de 900 óbitos -- deixou 21 mortos em Sumidouro, que foi o quarto município com o maior número de vítimas.


Nova Friburgo (426), Teresópolis (382) e Petrópolis (71) foram os mais castigados. Já São José do Vale do Rio Preto registrou quatro mortes, e Bom Jardim, uma.


Situação se normaliza após dique rompido


A situação no distrito de Outeiro, na cidade de Cardoso Moreira, no norte fluminense, onde um dique se rompeu na noite de domingo (8) com a força do rio Muriaé, está normalizada nesta segunda-feira, informou a Defesa Civil de Campos, município vizinho, que prestou os primeiros socorros às mais de 40 famílias atingidas.

A forte chuva da madrugada de sábado (7) parou e as águas do Muriaé baixaram, mas a cidade continua em situação de emergência, além de mais seis municípios castigados no Estado desde o começo desse ano.

No momento do rompimento do dique, o subsecretário de Defesa Civil de Campos, major Edson Pessanha, estava na localidade de Três Vendas, em Campos, vizinha de Cardoso Moreira, que ficou completamente alagada após o rompimento de um trecho da BR-356 que servia de barreira para conter as águas do rio, na última quinta-feira.

“Estávamos com um caminhão de bombeiros a cerca de dois quilômetros do local onde o dique se rompeu e conseguimos realizar uma intervenção rápida e remover as famílias em situação de risco. Estamos com um abrigo de emergência 24 horas e controlando as águas do rio. Hoje, vamos continuar o trabalho de remoção das famílias que ainda estão lá."

De acordo com o subsecretário, em Três Vendas cerca de 30 pessoas ainda insistem em ficar no segundo andar ou na laje das casas. “Essas famílias foram as mesmas que se negaram a sair nas enchentes anteriores, por isso dificilmente devem sair dessa vez. Estamos levando comida e dando suporte com barcos”, explicou o major.

Cerca de 500 famílias foram removidas de Três Vendas, que ainda está tomada pelas águas do Muriaé.

Em 2007, o rio Muriaé já havia destruído parte da BR-356 e alagado Três Vendas
. Os moradores ficaram quatro meses com suas casas sob as águas e perderam tudo.

Nesta manhã, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) realiza ação para desobstruir barreira que interdita uma das principais vias de acesso entre Cardoso Moreira e Campos.

*Com colaboração de Hanrrikson de Andrade e Rodrigo Teixeira e informações da Agência Brasil e Agência Estado

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