Rodrigo Bertolucci - O Globo
RIO — Apesar do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2013, divulgado essa semana pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), revelar que o Rio tem o menor índice de infestação do mosquito da dengue desde 2005 - balanço inédito e histórico para a cidade -, duas regiões do Rio apresentam alto risco de dengue: Oswaldo Cruz e Colégio. Esses bairros estão com índices de infestação pelo mosquito da dengue bem acima do nível considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 1%, ou seja, dez imóveis a cada mil com larvas do Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue.
Segundo o balanço, Oswaldo Cruz tem um índice de 4,5, sendo que, a cada mil imóveis visitados, 45 apresentaram focos. Já Colégio tem 40 imóveis com focos para cada mil visitados.
Os dados, coletados no período de 13 a 19 de outubro por agentes da vigilância sanitária, fazem parte do LIRAa, que revela também que, em oito anos, o Rio tem o menor índice de infestação do mosquito da dengue. Segundo a pesquisa, o número é 31% menor do que o identificado no mesmo período do ano passado e 85% menor do que em 2005.
O levantamento mostra a média de 1,1% de infestação na cidade, o que significa que a cada mil imóveis vistoriados, 11 foram encontrados criadouros do mosquito transmissor da doença. Esse é o terceiro e último LIRAa.
A pesquisa revela também que, entre as regiões da cidade, a Zona Sul registrou o menor índice de infestação: 0,4%. Porém, Madureira e adjacências, que engloba Oswaldo Cruz e Colégio, é a que tem o maior índice de infestação na cidade: 1,8% dos imóveis vistoriados.
Segundo a secretaria municipal de Saúde, desde o início do ano, mais de 6,8 milhões de visitas de inspeção a imóveis foram realizadas e mais de 1 milhão de criadouros foram eliminados. Ao todo, 3,1 milhões de depósitos foram tratados e 32 entradas compulsórias em imóveis abandonados foram feitas este ano. Um total de 292 desde 2011, quando foi publicado o decreto nº 34.377, autorizando o ingresso de agentes de saúde em locais fechados.
Além das visitas de inspeção feitas pelos agentes de vigilância em saúde, as atividades de controle vetorial são desenvolvidas periodicamente em 440 pontos estratégicos (cemitérios, estádios, ferros velhos). Foram vistoriados, para a última edição do levantamento, cerca de 121 mil imóveis em todo o Rio.
O coordenador de Vigilância Ambiental em Saúde da SMS, Marcus Ferreira, está otimista com os resultados.- Isso eleva a segurança do Rio. É uma conquista para os cariocas, pois registramos o menor índice depois que criaram o LIRAa, em oito anos - diz Ferreira.