Cantareira completa 2 semanas seguidas de queda em suas represas

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Principal sistema da Grande SP recebeu só 35,4% das chuvas de janeiro.
Demais mananciais se mantiveram estáveis ou tiveram alta no nível.


Do G1 São Paulo

Sem chuvas suficientes, o Sistema Cantareira completou neste domingo (25) duas semanas consecutivas de queda e o volume de suas represas baixou para 5,1%, segundo boletim da Sabesp. O nível era de 5,2% neste sábado (24).

Vista aérea da represa de Jaguari, parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)Vista aérea da represa de Jaguari, parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)

O principal reservatório das Grande São Paulo, responsável por atender 6,2 milhões de pessoas, recebeu em janeiro apenas 35,4% da precipitação prevista para o mês.

Caíram em suas represas 96,1 milímetros de chuva nos primeiros 25 dias do ano. O número já é superior a todo mês de janeiro do ano passado, quando choveram 87,3 milímetros, mas ainda está distante dos 271,1 milímetros esperados até o dia 31.

Nem a chuva ocorrida entre esta sexta e sábado (24), a maior do mês, com 25,9 milímetros, foi suficiente para frear a queda no sistema.

Entre os demais cinco sistemas que atende a Região Metropolitana de São Paulo, a situação é um pouco melhor, com sinais de recuperação. Neste domingo, três deles apresentaram alta no nível e dois se mantiveram estáveis.

Confira os níveis dos outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo:

  • Alto Tietê: permaneceu em 10,4%;
  • Guarapiranga: subiu de 39,4% para 41,1%;
  • Alto Cotia: permanceu em 28,6%;
  • Rio Grande: subiu de 71,7% para 73%;
  • Rio Claro: subiu de 27,1% para 27,3%.

Previsão

As precipitações devem ficar abaixo da média pelo menos até abril. É o que prevê o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério de Ciência e Tecnologia. O resultado foi divulgado na tarde do dia 16, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.

Balanço de 2014

Junto com o ano de 2014, terminou também o melhor mês do Cantareira no ano. Em dezembro, o nível do sistema baixou 1,5 ponto percentual. Foi o menor índice de queda mensal no ano. A maior baixa foi em fevereiro, quando o volume acumulado recuou 5,5 pontos percentuais.

Dezembro também foi o melhor mês em número de dias sem queda no nível do reservatório. Foram 11: em 8 deles o nível se estabilizou, e em outros 3 ele chegou a subir. Foi a única vez no ano em que o nível aumentou três vezes seguidas, dos dias 24 a 26. Nesse sentido, os piores meses foram junho, julho, agosto e outubro, quando o nível caiu todos os dias.

O Cantareira terminou 2014 sem recuperar 492 bilhões de litros de água perdidos durante os 12 meses. O ano começou com o nível do reservatório em 27,2% e terminou com 7,2%.

Porém, com a utilização das duas cotas do volume morto (a primeira elevou o manancial em 18,5 pontos percentuais e a segunda em 10,7 pontos percentuais) é como se os reservatórios tivessem iniciado 2014 com um volume acumulado de 56,4%. Assim, a queda foi 49,2% durante o ano, o número representa 492 bilhões de litros. De acordo com estimativas da Sabesp, o reservatório tem capacidade de armazenar 1 trilhão de litros, quando está com 100% do seu nível.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o sistema abastece atualmente 6,5 milhões de pessoas na Grande SP.

Multa

Depois de ser barrada na Justiça no dia 13, a sobretaxa na conta de água para quem aumantar o consumo voltou a valer no dia 14, após o governo vencer recurso contra a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

A partir da conta de fevereiro, serão cobrados 40% de multa para quem consumir até 20% a mais do que a média entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. Quem ultrapassar 20% dessa média será multado em 100% sobre o gasto com água, que representa metade da conta. Os outros 50% são referentes ao serviço de coleta de esgoto.

Os sistemas que abastecem várias regiões do estado de São Paulo têm enfrentado quedas frequentes do volume de água armazenado devido à falta de chuvas. Na Grande São Paulo, os principais sistemas, Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga, são os mais afetados.

Bônus

Entre fevereiro e outubro do ano passado, a companhia concedeu bônus de 30% na conta de clientes que economizassem 20% ou mais de água em relação à média de consumo entre dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.

A medida foi adotada para estimular a redução no consumo. Desde novembro, o desconto gradual passou a ser dado para os imóveis que reduzirem o consumo entre 10% e 20%. O desconto foi prorrogado até o fim de 2015.

O percentual será calculado com base na média de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014. A média já aparece na conta dos consumidores. A meta do governo é reduzir 2,5 metros cúbicos por segundo de consumo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que a medida seja uma multa ao consumidor. Ele define o ônus como "tarifa de contingência".

Com a medida, a multa será aplicada da seguinte maneira: um consumidor que, em média, gasta 10 m³ de água receberá conta 20% mais cara se utilizar entre 10,1 m³ e 12 m³ em um mês. Caso gaste acima de 12,1 m³, irá pagar 50% a mais. O consumidor que elevar o gasto passará a ser cobrado na conta de fevereiro.

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