Florestas brasileiras perdem vegetação equivalente a 16 cidades de São Paulo

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Mudanças não ocorreram de forma homogênea pelo País, diz IBGE


Diário do Poder

As florestas brasileiras tiveram uma redução de 0,8% entre os anos de 2012 e 2014, número que representa uma área de 24,9 mil quilômetros quadrados. A diminuição equivale a 16,35 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O valor, contudo, representa uma desaceleração do desmatamento se comparado ao registrado no período anterior, quando a área florestal brasileira diminuiu em 1,8%. 


As pastagens naturais do País tiveram uma queda de 9,4% e a expansão das áreas agrícolas chegou a 8,2% (Foto: Ibama)

As pastagens naturais do País, por sua vez, tiveram uma queda de 9,4% no mesmo período. As mudanças na ocupação da terra foram motivadas principalmente pela expansão das áreas agrícolas - que chegou a 8,2% -, das pastagens de manejo dedicadas à pecuária e da silvicultura.

Os números foram apresentados nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou seu novo Mapa de Cobertura do Uso da Terra do Brasil. No geral, a paisagem brasileira sofreu modificação de 4,6% se comparado ao estudo realizado entre 2010 e 2012. Segundo o instituto, as mudanças mais significativas ocorreram em áreas de vegetação florestal e de pastagem natural.

Gerente de Cobertura e Uso da Terra do IBGE, Leonardo Barbosa Gomes diz que o levantamento retrata uma diminuição das florestas e uma expansão das cidades. Ele preferiu, contudo, não se aprofundar nessa análise. "A gente faz um retrato do País, e os números podem ser diferentes dos divulgados por outros órgãos devido aos critérios utilizados."

A agricultura foi uma das principais causadoras das alterações no uso da terra no País. A expansão das áreas dedicadas a essa atividade econômica foi de 8,2% entre 2012 e 2014, um pouco abaixo do índice registrado no biênio anterior, quando o IBGE registrou um aumento da área dedicada à agricultura de 8,6%.

O IBGE destaca que as mudanças não ocorreram de forma homogênea pelo País. Nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, por exemplo, o uso da terra é mais antigo e, portanto, menos suscetível a mudanças se comparado às demais regiões.

Chamou a atenção do instituto "a expressiva expansão agrícola" registrada no sul do Rio Grande do Sul, entre Santana do Livramento e Pelotas. A partir de 2013, aumentou naquela região o cultivo principalmente de soja e milho sobre pastagens naturais do pampa.

A expansão das áreas de silvicultura apresentou as maiores taxas de crescimento, passando de 23,8% no período atual ante 4,6% no período anterior. Mas o próprio IBGE ressalta que metade desse crescimento se refere a aprimoramentos técnicos realizados pelo instituto no mapeamento. (AE)


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