Parque Horto Florestal e o Parque da Cantareira, na região do Tremembé, estão fechados. Secretário de Saúde diz que meta é vacinar 1 milhão de pessoas contra a doença em SP
Por Will Soares | G1 SP
Após a morte de um macaco de febre amarela silvestre, o governo de São Paulo investiga a suspeita de que mais dois macacos encontrados mortos no Parque Horto Florestal estivessem com a doença, informou o secretário estadual de Saúde, David Uip, nesta segunda-feira (23).
Macaco foi encontrado morto em Horto Florestal (Foto: Reprodução/TV Globo) |
Ao todo, foram encontrados 5 macacos mortos no Horto. Mas, de dois deles, foram encontradas apenas as carcaças - nestes casos, devido ao avançado estado de decomposição, não vai ser possível a realização de exames.
O Parque Horto Florestal e o Parque da Cantareira, na região do Tremembé, na Zona Norte da cidade de São Paulo, foram fechados após a morte do macaco e não há previsão de reabertura. Ambos estão fechados por tempo intederminado desde a manhã de sábado (21), até houver segurança para a reabertura, afirmou Uip.
"Não é necessário pânico. Nós temos tudo sobre controle", disse o secretário.
Uip disse que já conversou com ministro da Saúde, Ricardo Barros, para caso seja necessário reforço no estoque da vacina contra a febre amarela. O estado já possui 1,5 milhão de doses da vacina, e está vacinando a população desde sábado. A ideia, segundo o secretário, é aumentar o número de vacinados para 1 milhão de pessoas - com foco nos bairros de Tremembé, Casa Verde e Vila Nova Cachoerinha.
A vacinação vai ser focada nos bairros vizinhos ao parque o mosquito transmissor só tem 500 metros de autonomia de voo. "Quem deve ser vacinado são as pessoas que moram a 500 metros do Horto. Essa população de fronteira", disse Regiane de Paula, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica. Segundo ela, por precaução, a campanha pode ser estendida para um raio de até 1 km.
A morte
O macaco foi encontrado morto no dia 9 de outubro. Apesar de serem hospedeiros do vírus, os animais não são transmissores da doença para humanos. Os transmissores são duas espécies de mosquitos silvestres: Haemagogus e Sabethes. Técnicos da Vigilância Sanitária estão evitando criadouros do transmissor da febre amarela e fazendo uma varredura nos parques para coletar amostras dos mosquitos.
Quatro mil pessoas que moram na região foram vacinadas preventivamente. A meta é imunizar um milhão de pessoas. A ação está sendo feita pelo governo estadual e prefeitura da capital teve início neste fim de semana.
Vacinação
A vacinação teve início neste sábado em um posto volante que passou a funcionar na associação do bairro, localizada na rua Tomé Afonso de Moura, 345. A região também terá outros dois pontos para imunização neste sábado: na UBS e AMA Jardim Peri e UBS Horto Florestal.
A partir desta segunda-feira (23) serão acrescentados outros dois locais de vacinação contra a febre amarela na Zona Norte: Vila Dionísia, na Rua Chen Ferraz Falcão número 50, e na UBS Mariquinha Sciascia, na Rua Doutor José Vicente, no número 39. O atendimento em todas as unidades é das 8h às 17h.
“Não há motivos para pânico. Nós temos vacina para vacinar toda essa população em torno do Horto Florestal durante todo o mês. Não tem o menor problema", disse Regiane de Paula, diretora do Centro de Vigilância epidemiológica.
A vacina é contraindicada para bebês menores de nove meses, gestantes, mulheres que estão amamentando; idosos com mais de 60 anos; pacientes com câncer; pessoas imunodeprimidas; e pessoas com alergia grave à proteína do ovo. Nesses casos, o ministério recomenda que um médico avalie se é mesmo necessário tomar a vacina.