Thayana Araujo | CNN, no Rio de Janeiro
Na quinta-feira (21), consumidores da Região Metropolitana do Rio relataram problemas com a água em relação ao cheiro e coloração. No mesmo dia, a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) suspendeu o serviço para fazer novas análises da contagem de algas na lagoa próxima ao local.
Estação de Tratamento (ETA) do Guandu, no Rio de Janeiro | Reprodução/Instagram/CedaeRJ |
Em pelo menos 24 bairros do Rio, houve relatos de mau cheiro e gosto ruim além de denúncias de água com a coloração alterada. A companhia pediu para que clientes usem a água de forma equilibrada e evitem neste primeiro momento as tarefas não essenciais que exijam grande consumo.
Em nota, a Cedae informou já ter tomado medidas para eliminar qualquer alteração de gosto e cheiro da água distribuída, confirmou que os técnicos detectaram alterações na água bruta, próxima à Estação de Tratamento de Água Guandu. Imediatamente, o material foi coletado, enviado para exame laboratorial e, antes do resultado (previsto para sete dias), as medidas começaram a ser aplicadas.
Os técnicos da companhia intensificaram na lagoa o uso de argila ionicamente modificada, responsável por reduzir o alimento para a proliferação das algas. Também foi aumentada a dosagem de carvão ativado na estação.
Diante de novos indícios de problemas na água fornecida pela Cedae, a Comissão de Saneamento Ambiental (Cosan) da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) solicitou a apuração de responsabilidade técnica sobre a manutenção e a possível contaminação da rede de abastecimento do Sistema Guandu.
O presidente da Cosan, o deputado estadual Gustavo Schmidt, também pediu a cópia integral dos laudos de qualidade das águas relativos ao mês de janeiro, para que, se for o caso, outras providências possam ser tomadas.
Crise da Geosmina
No início de 2020, a população do Rio de Janeiro também viveu o que ficou conhecido como a "Crise da Geosmina" (geosmina é a substância produzida pelas algas que causam a alteração na água). Durante semanas, milhares de pessoas receberam água com cheiro e gosto ruins.
No fim de janeiro, cargas de carvão ativado foram despejadas na Estação do Guandu e o tratamento deu certo. A água passou a chegar limpa. Em outubro do mesmo ano, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado (Agenersa) multou em R$ 5,7 milhões a Cedae pela contaminação.