Prefeitura do Rio pede arquivamento do pedido de licença para construir o Autódromo de Deodoro

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Em rede social, secretário do Meio Ambiente afirma que está 'desistindo oficialmente' da construção. Em 2019, G1 mostrou que empresa vencedora da licitação tinha capital social menor do que o previsto em contrato; MPF investigava contratação.

Por André Trigueiro | G1 Rio e TV Globo

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Prefeitura do Rio pediram ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) o arquivamento do processo de licença prévia da construção do Autódromo Internacional de Deodoro.

Em ofício enviado no último dia 29, o secretário Eduardo Cavaliere afirma que a Floresta do Camboatá, onde o autódromo seria construído, "é um patrimônio ambiental único da cidade".

O documento afirma ainda que se trata de um santuário com fragmentos florestais com diversas espécies de fauna e flora, muitas delas ameaçadas de extinção.

Até a última atualização desta reportagem, o Inea não havia se posicionado sobre o pedido.

Em uma rede social, Cavaliere afirmou que está "desistindo oficialmente da construção do Autódromo Internacional do Rio".

O presidente da empresa que ganhou a licitação para construir e administrar o autódromo de Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, é também sócio da empresa que fez estudos que embasaram o edital da concorrência.

Vencedora da licitação do autódromo de Deodoro, a Rio Motorpark apresentou como garantia à Prefeitura do Rio uma carta-fiança de quase R$ 7 milhões do Maxximus Bank, empresa que não é uma instituição autorizada pelo Banco Central.

A prefeitura aceitou a garantia e afirmou, em nota, que a empresa era um “banco de primeira linha”.

Em junho de 2019, o G1 mostrou as suspeitas sobre a licitação. A vencedora, a Rio Motorpark, foi criada 11 dias antes da concorrência e tinha capital social de R$ 100 mil, embora o mínimo exigido fosse de R$ 69,7 milhões. A própria Maxximus negou ao G1 que seja um banco.

Em maio daquele ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a construção e disse que o Rio voltaria a sediar o GP de Fórmula 1.

“Por ocasião da Fórmula 1 do ano que vem, ela será realizada no Brasil e no caso no Rio de Janeiro. São milhares de empregos, o setor hoteleiro feliz, com toda a certeza, sete mil empregos direto e indiretos que permanecerão para sempre. Ou seja, ganha o Rio de Janeiro, ganha o Brasil (...) Sem nenhum dinheiro público", disse o presidente.

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