Uma equipe de treze cientistas coordenada por Lee Dyer, da Universidade Tulane, de Nova Orleans, sul dos EUA, fez uma análise detalhada da dieta de larvas de insetos da ordem Lepidóptera (mariposas e borboletas) em oito pontos do continente americano.
As coletas feitas em lugares de clima temperado, como os EUA e o Canadá, ou em áreas tropicais (Panamá, Costa Rica, Equador e Brasil) trouxeram um dado novo sobre o comportamento desses insetos.
As dietas das lagartas tropicais são muito mais especializadas do que aquelas das suas "primas" de florestas temperadas, mostrou o estudo.
A questão pode ter a ver com uma "guerra química" mais intensa nas zonas próximas da linha do Equador. Nos trópicos, como a interação entre plantas e insetos é maior, por uma questão de quantidade simplesmente, as plantas precisam ser mais agressivas na síntese de substâncias que as tornem sem paladar para os animais. É o jogo da evolução em curso.
O resultado dessa luta é que os insetos acabam sendo forçados a reduzir bastante o seu cardápio diário, para não sumirem antes da hora.
Mesmo com mais um elo ecológico fechado, o trabalho de Dyer e equipe - a brasileira Helena de Morais, da Universidade de Brasília, especialista em cerrado, é uma das pessoas do grupo - ainda não conseguiu um avanço significativo no campo quantitativo.
Isso, apesar de os cientistas terem trabalhado com 75.000 amostras de taturanas e lagartas (larvas de insetos como borboletas e mariposas).
Apesar de o estudo ter lançado luzes sobre a distribuição de insetos, especialmente nos trópicos, onde são mais abundantes, ele não ajudou a melhorar as estimativas de quantas espécies desse grupo existem.
"Estamos muito longe de explicar a distribuição global da biodiversidade", afirma o pesquisador Nigel Stork, da Universidade de Melbourne, Austrália, comentando o trabalho, editado na ultima edição da revista científica "Nature".
Mesmo os besouros sendo seres muito comuns, as explicações sobre biodiversidade nos continentes se baseiam só neles, nas plantas e nos grandes mamíferos, diz Stork.
Já receberam nomes científicos 850.000 espécies de insetos. Faltaria ainda coletar, nomear e descrever algo entre 4,25 milhões e 17 milhões de outros destes animais, segundo Stork. Um número ainda mais assombroso foi estimado pelo pesquisador Terry Erwin em artigo de 1982: só nos trópicos existiriam em torno de 30 milhões de espécies de insetos.
Já o estudo feito por dezesseis pesquisadores da equipe de Vojtech Novotny, da Universidade do Sul da Boêmia, República Checa, focalizou a floresta tropical da Nova Guiné.
Sentido oposto - Foram estudadas aproximadamente 500 espécies de insetos comedores de folhagem (lepidópteros), madeira (besouros) e frutas (moscas).
Os oito pontos de amostragem cobrem uma área de 75.000 km quadrados.
Ao contrário da equipe de Dyer, Novotny e colegas, que também publicaram na "Nature", mostraram que havia um pequeno índice de mudança na composição das espécies de insetos ao longo da floresta.
Essa mudança ou taxa de substituição na composição de espécies de uma região para outra é conhecida pelos biólogos como "diversidade beta".
O grupo de Novotny estima que florestas tropicais como a da Amazônia devem ter "diversidade beta" baixa de insetos, pois apresentam baixa diversidade de tipos de vegetação. (Folha Online)
As coletas feitas em lugares de clima temperado, como os EUA e o Canadá, ou em áreas tropicais (Panamá, Costa Rica, Equador e Brasil) trouxeram um dado novo sobre o comportamento desses insetos.
As dietas das lagartas tropicais são muito mais especializadas do que aquelas das suas "primas" de florestas temperadas, mostrou o estudo.
A questão pode ter a ver com uma "guerra química" mais intensa nas zonas próximas da linha do Equador. Nos trópicos, como a interação entre plantas e insetos é maior, por uma questão de quantidade simplesmente, as plantas precisam ser mais agressivas na síntese de substâncias que as tornem sem paladar para os animais. É o jogo da evolução em curso.
O resultado dessa luta é que os insetos acabam sendo forçados a reduzir bastante o seu cardápio diário, para não sumirem antes da hora.
Mesmo com mais um elo ecológico fechado, o trabalho de Dyer e equipe - a brasileira Helena de Morais, da Universidade de Brasília, especialista em cerrado, é uma das pessoas do grupo - ainda não conseguiu um avanço significativo no campo quantitativo.
Isso, apesar de os cientistas terem trabalhado com 75.000 amostras de taturanas e lagartas (larvas de insetos como borboletas e mariposas).
Apesar de o estudo ter lançado luzes sobre a distribuição de insetos, especialmente nos trópicos, onde são mais abundantes, ele não ajudou a melhorar as estimativas de quantas espécies desse grupo existem.
"Estamos muito longe de explicar a distribuição global da biodiversidade", afirma o pesquisador Nigel Stork, da Universidade de Melbourne, Austrália, comentando o trabalho, editado na ultima edição da revista científica "Nature".
Mesmo os besouros sendo seres muito comuns, as explicações sobre biodiversidade nos continentes se baseiam só neles, nas plantas e nos grandes mamíferos, diz Stork.
Já receberam nomes científicos 850.000 espécies de insetos. Faltaria ainda coletar, nomear e descrever algo entre 4,25 milhões e 17 milhões de outros destes animais, segundo Stork. Um número ainda mais assombroso foi estimado pelo pesquisador Terry Erwin em artigo de 1982: só nos trópicos existiriam em torno de 30 milhões de espécies de insetos.
Já o estudo feito por dezesseis pesquisadores da equipe de Vojtech Novotny, da Universidade do Sul da Boêmia, República Checa, focalizou a floresta tropical da Nova Guiné.
Sentido oposto - Foram estudadas aproximadamente 500 espécies de insetos comedores de folhagem (lepidópteros), madeira (besouros) e frutas (moscas).
Os oito pontos de amostragem cobrem uma área de 75.000 km quadrados.
Ao contrário da equipe de Dyer, Novotny e colegas, que também publicaram na "Nature", mostraram que havia um pequeno índice de mudança na composição das espécies de insetos ao longo da floresta.
Essa mudança ou taxa de substituição na composição de espécies de uma região para outra é conhecida pelos biólogos como "diversidade beta".
O grupo de Novotny estima que florestas tropicais como a da Amazônia devem ter "diversidade beta" baixa de insetos, pois apresentam baixa diversidade de tipos de vegetação. (Folha Online)