Elefante-marinho é sedado em Sepetiba e solto na restinga de Marambaia
setembro 01, 2008
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Natalia von Korsch
Rio - A saga do elefante-marinho que sexta-feira encalhou na Praia de Sepetiba teve final feliz. O animal foi resgatado da varanda de uma casa no bairro da Zona Oeste, com saída para a baía, e foi solto na Restinga da Marambaia, por volta das 18h30. De lá, a expectativa é que ele volte sozinho para sua região natural, no Sul da Argentina.
Agitado e contrariado com a multidão que se aglomerava para ver a espécie rara no Brasil — e maior que o leão-marinho, a mais conhecida —, o animal precisou ser anestesiado para ser retirado da casa. A operação-resgate durou cinco horas e foi dificultada pelo tamanho do filhote, com idade aproximada de um ano: ele pesa cerca de 700 kg e mede 2,3 m.
Dois veterinários, um biólogo e três tratadores do Zoológico do Rio fizeram o transporte, auxiliados por 20 bombeiros dos grupamentos marítimos de Sepetiba e Barra. Uma balsa levou o animal da varanda ao cais do Iate Clube de Sepetiba, de onde foi içado pelo caminhão do zoológico e transportado até as areias da Marambaia.
Apelidado de Leona pelos donos da casa onde passou as últimas duas noites, o animal viveu dia de popstar. Munidos de celulares com câmera e máquinas fotográficas, moradores de Sepetiba e curiosos acompanharam tudo de perto e chegaram a bater palmas quando o bicho, enfim, foi retirado pelo caminhão.
“Há dois dias ele vinha aqui para dormir, por volta das 18h, e saía de dia para o mar. Depois que se espalhou a notícia, toda hora tinha alguém em casa para ver de perto. Ele é muito dócil, virou nosso bicho de estimação. É pena ter que deixá-lo ir embora, já fazia parte da família”, disse a bióloga Ana Maria Dias, 40 anos, que ‘hospedou’ Leona em sua varanda.
Em 10 anos, esse é o primeiro animal da espécie que aparece no litoral do Rio. A última vez que um elefante-marinho foi resgatado pelo zoológico foi em 1998, em Búzios. Dois anos antes, outro tinha aparecido em Paquetá.