Medo de contágio no STJ

0
Tribunal confirma, em comunicado interno, que funcionária apresentou sintomas da doença, após viagem

Renato Alves

Servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) temem ser contaminados pela gripe suína. Uma funcionária saiu de licença médica com sintomas do vírus A H1N1 há uma semana. Ela chegou a trabalhar por seis dias no tribunal, onde circulam até 7 mil pessoas diariamente. O chefe do setor até sugeriu a suspensão dos serviços por sete dias, para evitar a propagação da doença, mas a direção do órgão não adotou a ideia. Com isso, técnicos da área passaram a trabalhar de máscara cirúrgica.

Na tentativa de tranquilizar os trabalhadores, a Secretaria de Serviços Integrados de Saúde (SIS) do STJ divulgou uma nota oficial na intranet do tribunal, no fim da tarde de ontem. “A SIS comunica a todos os servidores e terceirizados da Corte que está atenta e monitorando de perto, como é de seu dever, o caso da funcionária que, ao regressar de viagem recente, apresentou os sintomas da gripe H1N1(...) A referida servidora passa bem, apresentando um quadro progressivo de melhora, encontrando-se de repouso em casa, sob medicação específica”, informou.

Por meio da nota, os médicos do tribunal explicaram que a servidora teve o último contato com colegas na unidade de trabalho no último dia 16. “(…) portanto já superado o prazo de risco de contágio, que é de sete dias. Não há necessidade de uso de máscaras como forma de prevenção ou redução do contato com o vírus, neste caso específico do tribunal, não havendo, até agora, qualquer descrição de contágio por pessoas assintomáticas, que mantiveram contato com infectados”, ressaltou o comunicado interno.

Os médicos só não informaram se a servidora é um dos dois pacientes de Brasília que ontem a Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou como portadores do vírus A H1N1. A assessoria de comunicação do STJ informou apenas que a manifestação do tribunal se deu por meio de tal nota interna e nada mais tinha a acrescentar. São agora 13 casos confirmados da doença na capital.

Mudança na rotina

Os casos de gripe A têm causado mudanças na rotina de escolas e até de uma grande mineradora. A Vale colocou 90 funcionários em período de quarentena domiciliar após a confirmação de que um funcionário que presta serviço à empresa foi infectado pelo vírus da nova doença. Os empregados retornam somente na próxima segunda-feira. E o andar onde eles trabalham, no Edifício Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, foi isolado pela companhia.

No Rio Grande do Sul, um tradicional colégio de Porto Alegre suspendeu ontem as aulas por uma semana. A decisão foi anunciada um dia depois de a Secretaria de Saúde estadual confirmar que um aluno também contraiu o vírus. Ele chegou da Alemanha na semana passada e participou das aulas.

Em São Paulo, mais um colégio decidiu antecipar as férias ontem pelo mesmo motivo. Ao todo, três escolas da capital paulista suspenderam as aulas por causa da gripe A. Uma escola em Belo Horizonte também antecipou ontem o recesso após a confirmação de que alunos contraíram a doença.

Procedimento de rotina

Durante o voo TAM 8009, vindo de Buenos Aires, o comandante da aeronave, que pousou em Brasília ontem à noite, se limitou a ler a mensagem padrão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a respeito dos sintomas da gripe A H1N1. O aviso é semelhante ao divulgado no saguão do Aeroporto Juscelino Kubitschek. No país vizinho, poucos foram os passageiros que notaram cuidados adotados pelos argentinos. “Na rua, só vi uma senhora (usando máscara). No noticiário local, o pouco que a gente viu não se falou nada”, disse o médico Fernando Leão, 45 anos.

Alguns passageiros afirmaram que, no voo de ida, os comissários usaram um spray antisséptico e, na chegada à capital argentina, preencheram um formulário médico. Mas nenhum brasileiro afirmou ter adotado medidas específicas antes de embarcar.

“A gente ficou preocupada em se divertir muito e conhecer argentinos hermosos’ (bonitos)”, brincou a relações públicas Fernanda Pereira, 40 anos. Ela viajou com a amiga Nanan Catalão para Buenos Aires e notou o uso de máscaras apenas em agentes dos aeroportos por onde passou. Na espera pelo desembarque da filha, Miriam Sócrates, 60 anos, afirmou não ter visto nada alarmante quando esteve lá, há uma semana. Na escola onde é orientadora, no entanto, foram adotadas medidas preventivas.

Postar um comentário

0Comentários

Please Select Embedded Mode To show the Comment System.*

#buttons=(Ok, vamos lá!) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Check Now
Ok, Go it!