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Macacos são capazes de reconhecer um objeto que já tenham visto, mas agora os cientistas comprovaram que eles também têm um poder muito mais sofisticado de memória: eles conseguem memorizar um objeto sem que de fato o tenham visto.
Relembrar algo faz parte da atividade mental do ser humano. É o que nos permite, por exemplo, descrever uma pessoa que não esteja presente. Mas, sem uma linguagem, os animais não teriam como contar a um pesquisador que conseguem se lembrar de algo.
Agora, um estudo publicado no periódico científico Current Biology sugere que não é necessária uma linguagem – nem para conseguir relembrar nem para provar isso a um cientista.
Os pesquisadores treinaram cinco macacos rhesus. Em uma grade de 13 por 13 cm na tela de um computador, era mostrado aos macacos um formato que consistia de três quadrados adjacentes, sendo um azul e dois vermelhos, de diversas padronizações.
Após alguns instantes, os quadrados vermelhos desapareciam, e o quadrado azul se movia para uma caixa diferente na grade. Depois de mais alguns instantes, o macaco deveria levar os quadrados vermelhos aos seus lugares de origem em relação ao azul, pressionando as caixas corretas da grade. Quando obtinha êxito na operação, era recompensado com comida.
Todos os macacos realizaram a tarefa com um índice de acerto consideravelmente acima do esperado. Em outras palavras, eles conseguiram relembrar as posições dos quadrados sem vê-los. O autor líder da pesquisa, Benjamin M. Basile, estudante de psicologia da Universidade de Emory em Atlanta, disse que pode haver aspectos universais aos primatas da memória já testada somente com linguagem. “Só precisamos encontrar uma forma de obtê-los”, diz.
