Todos 60 mil moradores do município estão sem água, e 600 estão desalojados. Último boletim da Defesa Civil do RS aponta que pelo menos 11 cidades no estado registraram prejuízos por conta do mau tempo.
Por G1 RS e RBS TV
O mau tempo que atingiu o Rio Grande do Sul na última quarta-feira (9) já provocou estragos em pelo menos 10 cidades, segundo a Defesa Civil do estado. Os municípios mais afetados são Alegrete, Uruguaiana, Bagé e São Gabriel, mas também há danos em Dom Pedrito, Jaguari, Pedro Osório, Quaraí, São Borja e São Francisco de Assis. No total,segundo o governo, há 1.208 desalojados e 399 desabrigados.
O mau tempo que atingiu o Rio Grande do Sul na última quarta-feira (9) já provocou estragos em pelo menos 10 cidades, segundo a Defesa Civil do estado. Os municípios mais afetados são Alegrete, Uruguaiana, Bagé e São Gabriel, mas também há danos em Dom Pedrito, Jaguari, Pedro Osório, Quaraí, São Borja e São Francisco de Assis. No total,segundo o governo, há 1.208 desalojados e 399 desabrigados.
Cheias após temporais deixa 600 famílias fora de casa em São Gabriel | Globoplay |
Em São Gabriel, na Região da Campanha, o nível do rio Vacacaí já está oito metros acima do normal. De acordo com a prefeitura, trata-se da pior cheia dos últimos 50 anos
Conforme o governo do estado, os 60 mil moradores do município estão sem água, e 600 pessoas estão desalojadas. A cidade decretou situação de emergência na manhã desta sexta-feira (11).
Vários pontos da cidade ficaram alagados, como a avenida Presidente Vargas, que teve um trecho coberto pela água, impedindo a passagem até o bairro Bom Fim. Muitos moradores chegaram a sair de casa com a água pela cintura.
"Vamos torcer para que o tempo normalize e tudo volte ao normal. É difícil as pessoas conquistarem alguma coisa e perder por causa da água é muito triste", lamenta o trabalhador rural Vilmar Soares.
No bairro Passo da Lagoa, as famílias contaram com a ajuda de reboques e barcos para salvar alguns móveis. "Está dando na cintura já. Alguns salvei, outros não teve como", diz o coletor de dados Edmar Palma.
As famílias estão sendo encaminhadas para abrigos e casa de parentes. Os bombeiros estão ajudando as pessoas que ficaram ilhadas.
"Estou com 70 anos e ainda não tinha visto isso aqui. É muito ruim de ver, né? As pessoas passando trabalho", conta o aposentado Noé Schimidt Fagundes.
A prefeitura está recolhendo doações de alimentos e colchões para destinar aos atingidos. As doações podem ser feitas através da Secretaria Municipal de Assistência Social. O contato é: (55) 9 9688-5026.
Alegrete
O município mais atingido da Fronteira Oeste do estado é Alegrete. A cidade continua em alerta para o nível do rio Ibirapuitã, que subiu mais desde a quinta-feira (10) e já está 13 metros acima do nível normal. O prefeito Márcio Amaral também decretou situação de emergência, ainda na quarta-feira.
O número de moradores fora de casa também aumentou. De acordo com o governo do estado, 185 famílias (aproximadamente 740 pessoas) estão desalojadas, e 137 (cerca de 550 pessoas) estão desabrigadas.
A Defesa Civil já enviou 25 barracas, que estão sob a responsabilidade da prefeitura, para a montagem de um acampamento de emergência. Cada barraca aloja uma família de até seis pessoas.
A principal ponte de Alegrete foi interditada. Os motoristas precisam fazer um desvio pelo trecho urbano da BR-290. Em quatro dias, choveu 464 milímetros na cidade, enquanto a média esperada para o mês é de 114 milímetros. Uma morte chegou a ser registrada no município após a queda de uma árvore sobre uma casa.
Uruguaiana
Em Uruguaiana, também na Fronteira Oeste, a chuva parou, e o sol voltou a aparecer nesta sexta pela manhã. Antes disso, no entanto, o Instituto Penal da cidade ficou sem teto e completamente vazio. A direção do Instituto teve que retirar os 200 presos do regime semi-aberto e aberto.
A grande maioria, 166, foi liberada para cumprir prisão domiciliar. Os outros 34 detentos foram transferidos para a penitenciária modulada. A Secretaria Municipal de Segurança de Uruguaiana diz que vai pedir providências ao governo do estado sobre a liberação desses presos.
O trabalho de remoção de árvores e distribuição de lonas continua na cidade. Chegou a chover em Uruguaiana quase o dobro do volume previsto para janeiro, conforme o governo do estado. Assim como em Alegrete, o prefeito do município também decretou situação de emergência há dois dias.
Ainda de acordo com o governo do estado, embora não haja previsão de chuva para as próximas horas, o Rio Uruguai deve voltar a subir na semana que vem por conta do deslocamento da onda de cheia na bacia do Ibicuí.
Boletim Defesa Civil
Conforme boletim divulgado pela Defesa Civil às 17h desta sexta-feira (11), em todo o estado, são 11 cidades atingidas pelo temporal da última quarta-feira. Os municípios relatam prejuízos como quedas de árvores, casas destelhadas e famílias fora de casa.
Pelo menos 1477 pessoas (350 famílias) estão desalojadas e 604 pessoas (144 famílias) estão desabrigadas. Uma pessoa morreu em Alegrete.
Cidades atingidas:
- Alegrete: uma pessoa morreu, 508 pessoas ficaram desalojadas (casas de parentes) e 345, desabrigadas (abrigadas em um ginásio e em um parque de exposição). Residências ficaram alagadas e árvores caíram na sobre a ERS-377. Houve enxurrada no rio Ibirapuitã.
- Bagé: três pessoas ficaram desalojadas. Houve registro de alagamentos, além de quedas de árvores e postes. Casas ficaram destelhadas.
- Dom Pedrito: 29 pessoas ficaram desabrigadas e outras 42 desalojadas.
- Jaguari: 16 pessoas foram retiradas de suas residências em uma área de inundação do Rio Jaguari.
- Pedro Osório: turistas foram retirados do camping municipal. Rio Piratini está 5,60 cm acima do nível considerado normal. Ponte Orquestra, que faz divisa com Piratini, está interrompida.
- Quaraí: 25 pessoas estão desabrigadas, e 67, desalojadas.
- Rosário do Sul: 21 pessoas estão desalojadas por conta da cheia do Rio Santa Maria.
- São Borja: estradas ficaram bloqueadas, e residências alagaram.
- São Gabriel: cheia do rio Vacacaí deixa 600 pessoas desalojadas.
- São Francisco de Assis: residências alagaram e estradas ficaram bloqueadas.
- Uruguaiana: residências ficaram destelhadas, houve queda de postes e rodovias ficaram bloqueadas.