da Folha Online
"Não iremos subestimá-lo [o desastre]. Estaremos preparados para o pior. Faremos tudo o que for possível para ajudar as vítimas",afirmou o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, na capital, Jacarta, pouco antes de embarcar em um voo com destino a Padang.
"Estamos sobrecarregados com as vítimas e... a falta de água limpa, de energia elétrica e de telecomunicações. Nós realmente precisamos de ajuda. Pedimos que as pessoas venham a Padang para retirar corpos e ajudar os feridos", disse o prefeito de Padang, Fauzi Bahar, em entrevista à rádio El Shinta.
Os trabalhos de buscas por sobreviventes e corpos entre os escombros são dificultados pela chuva, que continua forte, e pela falta de maquinário pesado para retirada desses destroços, informa a agência de notícias France Presse. Um dos focos de trabalho são os destroços de uma escola dos quais seis crianças foram resgatadas com vida e quatro, mortas. Outras 20 crianças permanecem desaparecidas.
Um repórter da agência Reuters registrou a falta de combustível e de alimentos, em algumas lojas.
O principal hospital de Padang, o estatal Djamil Hospital, que foi danificado, mas continua de pé, está lotado de vítimas e familiares. Dezenas de feridos recebem tratamentos em tendas instaladas do lado de fora do hospital. O governo federal abriu todos os centros de crise do Exército em Jacarta, Sumatra Ocidental e Sumatra do Norte e destacou veículos militares para irem remover os destroços.
Dois aviões Hércules, das Forças Armadas indonésias, decolaram rumo a Padang com 20 mil tendas para desabrigados e 10 mil cobertores, também nesta quinta-feira.
"Pessoas estão presas, gritando por ajuda, mas debaixo de imensos blocos que só poderão ser retirados por máquinas", disse David Lange, o diretor do grupo médico SurfAid, da Nova Zelândia, que está em Padang e diz ter escapado do desmoronamento do Hotel Ambacang. "Eu vi dezenas dos maiores edifícios caírem. A maior parte dos danos está concentrada no centro comercial, que estava lotado."
"Eu já passei por terremotos antes, mas esse foi o pior. Há sangue por toda a parte, pessoas com os corpos feridos. Nós vimos prédios caindo, gente morrendo", disse o americano Greg Hunt, 38, no aeroporto de Padang.
Moradores que passaram a noite ao relento sofreram nova onda de pânico com o terremoto ocorrido já na manhã desta quinta-feira.
Na cidade de Jambi, cerca de 1.100 prédios, incluindo mesquitas e casas, foram danificados, mas não há registro de vítimas.
Com Reuters e Associated Press